segunda-feira, dezembro 23, 2013

Visita de Natal (esta entre Papas)




Pode-se ver mais aqui. Que ternura e que beleza a unidade na Igreja Católica!
Uma coisa que os nossos adversários ou simples outros, muitos de fora e alguns da casa, tem tanta dificuldade em entender, levar a sério e, idealmente, estimar....

A lição do papa Francisco sobre o sentido do Natal (por Julián Carrón)



Com os meus votos de um Santo Natal e Boas Entradas a todos os meus leitores e amigos aqui deixo o texto da carta em epígrafe do Padre Julián Carrón (sucessor de D. Giussani na condução do movimento Comunhão e Libertação) que saiu no jornal la Repubblica.

23 de dezembro de 2013

Pág. 43

A carta

A lição do papa Francisco sobre o sentido do Natal

Julián Carrón
 
Caro Diretor,

Considerando a urgência quotidiana da vida, que é comum a todos e parece anular qualquer esperança, o Natal terá ainda alguma palavra a dizer? É somente uma recordação que inspira bons sentimentos ou é a notícia de um fato capaz de incidir na vida real?
«A razão da nossa esperança é a seguinte: Deus está ao nosso lado. Contudo, existe algo ainda mais surpreendente. A presença de Deus no meio da humanidade não se concretizou num mundo ideal, idílico, mas neste mundo real. Ele quis habitar na nossa história como ela é, com todo o peso dos seus limites e dos seus dramas, para nos elevar da poeira das nossas misérias, das nossas dificuldades, dos nossos pecados» (Francisco, Audiência Geral, 18 de Dezembro de 2013). Para me preparar para o grande acontecimento do Natal, durante estes dias tenho repetido a mim mesmo muitas vezes estas palavras do Santo Padre.


O Mistério gosta de desafiar-nos constantemente «neste mundo real», sem hesitar nas coisas que faz! Para isso Deus escolhe aquelas circunstâncias que melhor podem revelar aos nossos olhos quem Ele é e a extraordinária novidade que pode originar no mundo. E isso deveria alegrar cada um de nós, porque significa que então não existe situação, momento da vida, ou história, que possa impedir Deus de gerar uma coisa nova. E como nos desafia?
 
Enquanto espera o Natal, a Igreja relê os grandes episódios da vida do povo de Israel e nos mostra como Deus intervém na história. Por exemplo, apresentando-nos duas pessoas estéreis, incapazes de conceber: uma mulher de Soreá e Isabel (que virão a ser as mães de Sansão, defensor do povo judaico, e de João Batista, precursor de Cristo; cf. Juízes 13,2-7.24-25a e Lucas 1,5-25), duas mulheres que não conseguem "arrumar" de algum modo as coisas, nenhuma genialidade que possuam pode torná-las mães. É impossível, é uma coisa impossível aos homens. É desta maneira que o Senhor nos quer fazer entender que a Ele tudo é possível e, por consequência, que é possível não se desesperar, que ninguém pode dizer-se abandonado, esquecido ou condenado à própria situação, vendo nesta uma justificativa para não esperar mais. Não há nada impossível para Alguém que realiza coisas como estas: fazer com que duas mulheres estéreis se tornem mães. A imprevisível maternidade delas representa o maior desafio para a razão e para a liberdade de cada um. Não existe situação, não existe relação e convivência humana que não possam mudar. E se alguém, pensando na sua história, já se resignou, hoje novamente o Senhor desafia a sua falta de esperança.



«A tua súplica foi atendida», diz o anjo a Zacarias, «Tua esposa Isabel te dará um filho, ao qual porás o nome de João». O Evangelho define isto como «boa nova», porque nós não estamos condenados ao ceticismo nem somos aniquilados pelo fracasso de todos os nossos esforços. E não há apenas a promessa, há também o seu cumprimento, porque depois vai realmente ter o filho! Estes episódios, para quem conserva ao menos um fio de ternura por si mesmo, anunciam que é possível mudar, porque a Deus tudo é possível; para Ele basta encontrar em nós a disponibilidade de coração.

Se nós deixarmos entrar esta força de Deus, a nossa vida, como a de Zacarias, vai se encher de alegria: «Terás alegria e júbilo». Que não é somente para nós; também nos é dada para os outros: «Muitos irão se regozijar pelo seu nascimento». E esta alegria demonstra quem é Deus, quem é que está em ação no meio de nós. João «será cheio do Espírito Santo» e começará a mudar o que toca.


 



É deste modo que a liturgia da Igreja nos introduz à contemplação de uma outra mulher, desta vez virgem, de nome Maria, à qual aconteceu algo não menos misterioso que às duas mulheres estéreis: o acontecimento da Encarnação por obra do Espírito Santo, que Maria simplesmente consentiu dizendo sim. Com o Natal o Senhor nos traz este feliz anúncio. Acolhê-lo depende de cada um de nós, da nossa disponibilidade simples para nos deixarmos surpreender por Ele, que com a Sua iniciativa nos alcança constantemente aqui e agora, «neste mundo real».

Se o pedirmos e passarmos a estar disponíveis para aquilo que o Senhor está prestes a fazer no meio de nós com o Natal, muitos à nossa volta se alegrarão pelo "nosso" renascimento. Só esta novidade poderá convencer cada homem da credibilidade do anúncio cristão que chegou até ele. Basta pensar em quantos homens de todas as culturas hoje se alegram, a ponto de se sentirem mais provocados do que nunca, com a existência de alguém como o Papa Francisco, em quem o Mistério encontrou essa disponibilidade de coração.
 
O autor é Presidente da Fraternidade de Comunhão e Libertação (aqui em baixo com o Papa Francisco)

 

quarta-feira, dezembro 18, 2013

Consumo de canábis pode ter efeitos idênticos à esquizofrenia (in Visão)



Num momento em que mercê de um relatório dos serviços próprios (embora impróprios na forma como lidam com o problema em virtude de partícipes na mentalidade comum e desinformada...) se conhece através do Público (de onde retirei a imagem acima) que o cannabis já ultrapassa a heroína como problema magno nos consumos de droga, a notícia abaixo(uma fonte insuspeita: a revista Visão) vem confirmar aquilo que necessita ser mais sabido.
Até chateia ver a razão que tínhamos quando pedimos um referendo à despenalização do consumo da droga!

Consumo de canábis pode ter efeitos idênticos à esquizofrenia

Estudo norte-americano revela que jovens que consomem diariamente canábis, durante três anos, têm uma forte probabilidade de sofrer alterações cerebrais, muito semelhantes às de doentes esquizofrénicos, e perda de memória de curto prazo.

 
    
Já é conhecido que o consumo regular de canábis pode provocar dependência e, também, problemas idênticos aos do tabaco - como bronquite, asma, faringite, enfisema ou cancro. Mas investigadores da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, descobriram que afinal também provoca modificações cerebrais, idênticas às da esquizofrenia, e perda de memória de curto prazo, o que compromete o desempenho escolar.
O estudo publicado, esta segunda-feira, na revista "Schizophrenia Bulletin", utilizou noventa e sete estudantes, entre os 16 e 17 anos, que fumavam diariamente durante um período de três anos, com ou sem esquizofrenia e, também, não consumidores saudáveis ou com esquizofrenia. As anormalidades cerebrais e os problemas de memória foram constatados dois anos após os jovens que consumiam terem interrompido o consumo da droga. Os resultados apontam para efeitos do uso contínuo e a longo prazo.
De acordo com os cientistas, as estruturas cerebrais relacionadas com a memória pareciam ter encolhido nos consumidores, refletindo a possibilidade de diminuição de neurónios. O estudo mostra, também, que as anormalidades cerebrais devido ao consumo possuíam relação com o baixo desempenho da memória de curto prazo, problema também observado nos cérebros de pessoas com esquizofrenia.
Existem já estudos anteriores que avaliam os efeitos do consumo da canábis no cérebro, mas poucos compararam diretamente consumidores crónicos com doentes esquizofrénicos. Esta é a primeira pesquisa a segmentar as regiões do cérebro afetadas nos consumidores e, também, a única a relacionar o consumo com a área do cérebro que processa informações momentâneas e, se necessário, as transfere para a memória de longo prazo.
O estudo revela, ainda, que as anormalidades cerebrais perduram pelo menos alguns anos depois de as pessoas pararem de consumir - disse o principal autor do estudo, Matthew Smith, professor de pesquisa em psiquiatria e ciências comportamentais da Escola de Medicina da Universidade de Northwestern Feinberg.
 
Canábis vs Esquizofrenia
 
Tanto fumadores saudáveis como os que sofrem de esquizofrenia apresentaram alterações cerebrais relacionadas com a droga. No entanto, os indivíduos com transtorno mental apresentaram maior deterioração no tálamo, uma estrutura tida como o centro de comunicação do cérebro e fundamental para a aprendizagem, para memória e para as comunicações entre as regiões cerebrais.
Dos quinze consumidores esquizofrénicos do estudo, noventa por cento começaram a consumir a droga intensivamente antes de desenvolverem o transtorno mental.
"O uso regular de canábis pode aumentar o processo desta doença associada à esquizofrenia. Alguém que tenha um histórico familiar de esquizofrenia pode estar aumentar, ainda mais, o risco de desenvolver o problema, se consumir esta droga de forma frequente", acrescenta o investigador Smith.

Ler mais: http://visao.sapo.pt/consumo-de-canabis-pode-ter-efeitos-identicos-a-esquizofrenia=f761874#ixzz2nq6yCIyJ

terça-feira, dezembro 17, 2013

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Abortistas, lobby gay, feministas: oh pra eles, tão tolerantes...!

Numa época de cristianofobia estão a multiplicar-se episódios como estes abaixo. Um sinal preocupante dos tempos, mas também uma esperança de tempos novos: é nestas épocas que o cristianismo cresce, porque se torna mais consciente e convicto, combativo e determinado. Reproduzo como chegado de uma amiga:

As imagens são revoltantes : Um grupo de defensores do aborto .... atacam um grupo de cristãos que estava em Oração e em defesa da Catedral de San Juan na Argentina

Já o sabíamos há muito: para os tolerantes,a sua tolerância passa sempre pela exclusão de alguém...

"Pai por acaso", ou como não existe "material biológico" isolado de uma humanidade






Na sexta-feira passada fui ver este filme. Foi uma dessas escolhas ao acaso mas que se revelou feliz.

Porque através do tema (533 pessoas geradas por procriação artificial procuravam o dador de esperma utilizado nos respectivos processos) aquilo que resulta evidente é que ao contrário do que disse uma vez o Vale de Almeida num debate no Prós e Contras sobre co-adopção, não existe essa coisa de "simples" material biológico sem que uma humanidade esteja envolvida. E quem diz uma humanidade, diz uma pessoa concreta, diz um pai (no caso da doação de esperma) ou uma mãe (no caso de doação de um óvulo). E as razões são simples:

- a vida de uma pessoa gera-se no momento em que o espermatozoide se funde com o óvulo e nesse momento se constitui uma célula que leva já uma identidade genética única, produto da fusão das anteriores e
- toda a vida, toda a filiação, grita por uma paternidade e uma maternidade
- a família corresponde ao ambiente natural de desenvolvimento e salvo raras excepções é um desejo profundo do coração humano

O filme, não sendo uma fita de promoção pró-vida ou pró-família (isto é concebido e produzido militantemente nesse sentido) acaba por o demonstrar em alguns diálogos, atitudes e expressões. Que tornam por isso o filme objecto deste post e de uma recomendação (acompanhada do aviso que a classificação para maiores de 12 anos é claramente desadequada, não porque se veja o que não se deve, mas porque os diálogos são adultos e os miúdos que vimos na sala se chatearam que nem uns perus...;-)

Mais informação útil sobre a procriação artificial pode ser encontrada aqui (site da campanha pró-referendo em que participei em 2006) e aqui (uma alternativa natural de procriação medicamente assistida que vem tendo êxito até em casais que anteriormente recorreram aos métodos artificiais)

quarta-feira, novembro 27, 2013

A Exortação Apostólica do Papa Francisco "A Alegria do Evangelho"



Acabou de sair a Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium" (A Alegria do Evangelho) que pode ser encontrada no site do Vaticano em diversas possibilidades de leitura (do seu texto). A este propósito é indispensável ler o que a Renascença vai publicando sobre o assunto. Destaco este trecho das declarações de D. António Vitalino, Bispo de Beja:

Segundo D. António Vitalino muitos dos desafios lançados por Francisco se dirigem não só à Igreja, mas também aos políticos: “É uma interpelação muito forte aos políticos, aos governos, para que não tomem só medidas a partir dos interesses do capital, mas tomem medidas a partir da dignidade da pessoa humana, do bem comum, da família, e claro que aqui, mesmo nos nossos orçamentos, não podemos pôr de parte que em primeiro lugar tem de estar a dignidade da pessoa, o bem comum, a família, e não os interesses de alguns”, considera.
Só hoje vou começar a lê-la mas desde já reproduzo o que de outros amigos empenhados na Defesa da Vida, já recebi:

"213 Entre estes seres frágeis, de que a Igreja quer cuidar com predileção, estão também os nascituros, os mais inermes e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir. Muitas vezes, para ridiculizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e no entanto esta defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento. É fim em si mesmo, e nunca um meio para resolver outras dificuldades. Se cai esta convicção, não restam fundamentos sólidos e permanentes para a defesa dos direitos humanos, que ficariam sempre sujeitos às conveniências contingentes dos poderosos de turno. Por si só a razão é suficiente para se reconhecer o valor inviolável de qualquer vida humana, mas, se a olhamos também a partir da fé, «toda a violação da dignidade pessoal do ser humano clama por vingança junto de Deus e torna-se ofensa ao Criador do homem».

214. E precisamente porque é uma questão que mexe com a coerência interna da nossa mensagem sobre o valor da pessoa humana, não se deve esperar que a Igreja altere a sua posição sobre esta questão. A propósito, quero ser completamente honesto. Este não é um assunto sujeito a supostas reformas ou «modernizações». Não é opção progressista pretender resolver os problemas, eliminando uma vida humana. Mas é verdade também que temos feito pouco para acompanhar adequadamente as mulheres que estão em situações muito duras, nas quais o aborto lhes aparece como uma solução rápida para as suas profundas angústias, particularmente quando a vida que cresce nelas surgiu como resultado duma violência ou num contexto de extrema pobreza. Quem pode deixar de compreender estas situações de tamanho sofrimento?"

Clarinho, clarinho...



quarta-feira, novembro 20, 2013

"Dá Tempo ao Tempo": viajar no tempo é viver o tempo que nos é dado


Ao contrário do costume só no fim deste post coloco o trailer do filme "Dá Tempo ao Tempo" porque como muitas vezes sucede este não faz justiça ao filme que anuncia. Na verdade este trailer reduz-se a uma parte pouco significativa do enredo e só se tem gosto em vê-lo porque na sequência do gosto pelo filme, até de uma versão reducionista do mesmo se gosta...

"Dá Tempo ao Tempo" partindo de uma história mais original do que parece (a possibilidade de se viajar no mesmo) é um filme maravilhoso sobre a vida, com um toque muito humano, uma deliciosa atmosfera familiar e uma filosofia de fundo que vale a pena ver representada. Põe também questões quanto á cadência de eventos nas nossas vidas e do valor ou não da modificação de circunstâncias passadas. Por fim é finalmente um daqueles filmes em que dá vontade de estar casado (ou se é confirmado no mesmo estado) o que é sensação rara com que se saia dos filmes hoje em dia (em geral um convite á aventura e ao devaneio, a momentos que não sustentam a vida ou cujo ambiente embora sedutor, não ajuda nada a viver a realidade). Por fim, saliente-se o humor inteligente.

Poder-se-ia ter ido mais longe? Talvez (e por isso recordo abaixo "O Feitiço do Tempo"). Tal como ás vezes a linguagem é um bocadito "livre" mas nada de mais, ao nível de série da Fox...;-)

Ficam pois aqui os trailers mas vão mesmo é ao Corte Inglês (com umas tapas antes, então, o programa não podia ser mais agradável).







sábado, outubro 19, 2013

Miss Mundo: sou provida e pelo casamento




Ás vezes há umas assim "fora do baralho" mas também por isso com uma possibilidade de testemunho grande e para o qual não lhes falta coragem. É o caso da mais recente Miss Mundo, Megan Young de seu nome, filipina de origem, que fez as declarações que reproduzo abaixo e que, em versão portuguesa, retirei deste Blog brasileiro de música católica:

Miss Mundo 2013: Sou pró vida e relações sexuais são para o casal

Megan Young. Foto: Rede Touch Média
 
Megan Young. Foto: Rede Touch Média
 
Megan Lynn Young, jovem filipina-estadounidense de 23 anos que se coroou como Miss Mundo 2013 o 28 de setembro em Bali (Indonésia), deixou clara durante sua participação no certâmen sua postura pró-vida e a favor do casal.

Numa entrevista com o canal ANC, Megan assegurou que “sou pró-vida, e se isso significa matar a alguém que já está aí –disse, assinalando a seu corpo-, estou na contramão disso, por suposto”.

“Estou contra o aborto”, remarcou.

Megan também foi clara para assinalar sua rejeição às relações sexuais pré-matrimoniais, pois “o sexo é para o casal, é o que crio”, ao mesmo tempo em que revelou que “estou na contramão do órcio”.

Para a jovem Miss Mundo, “se te casas com alguém, essa deve ser a pessoa com a que estarás para sempre, através da doença e a saúde, através do bem e do mal”.

A entrevistadora, surpresa, perguntou-lhe como era possível para uma mulher “tão formosa como tu” negar-se às relações sexuais pré-matrimoniais, ao que Megan lhe respondeu que simplesmente “dizes não”.

“Se tratam de pressionar-te, retiras-te, porque essa pessoa não te valoriza, não valoriza tanto a relação”, indicou.

Para a Miss Mundo 2013, antes Miss Filipinas, “se o garoto está disposto a sacrificar isso, significa muito”."
 
Ah miúda valente! Deus continue a dar-lhe um coração com tanta ou mais beleza do que aquela pela qual ganhou o concurso de Miss Mundo...!


Mais sobre o assunto na Tempi, aqui, onde sobretudo vale a pena ler os comentários dos mais sérios, aos mais bem-humorados...;-)





sexta-feira, outubro 18, 2013

Orçamento do estado para 2014: Pacheco Pereira e os outros




Acabo de ler na Sábado, mais um demolidor artigo de Pacheco Pereira, concentrado como sempre num ataque cerrado ao Governo. Confesso tenho dificuldade em entender as razões dessa agressividade...e espanta-me que um homem tão inteligente enverede por esse caminho, sobretudo porque nunca explica o que se poderia fazer de diferente e porque é que isso seria melhor...

Com ele estão outros como Manuela Ferreira Leite. Porquê? Para quê? Note-se que não acho que por ambos serem do PSD estão obrigados a apoiar o governo. Era só o que mais faltava...mas admira-me a violência, escandaliza-me a falta de alternativa e não consigo deixar de sentir uma indisfarçável revanche de histórias antigas, essas sim, bem partidárias...mas sobretudo tenho pena do desperdício de inteligência e energia que isso significa, pois o que me parece nos é pedido no centro-direita não é demolir este governo, mas uma critica construtiva que procura ajudar.

Sejamos realistas: este orçamento é de facto violento e abala muita coisa. Temo pelas suas consequências nas famílias e apiedo-me de quem mais directamente sofre com ele. Receio por mim e pelos meus. Mas quantas vezes será preciso dizer que:
a) Todos os anos gastamos em Portugal mais do que produzimos e
b) Temos uma dívida brutal a pagar e, para sobreviver,
c) Precisamos de continuar a financiar-nos junto de outros...!!??

Ou, mais prosaicamente: NÃO HÀ GUITO!! (sim, é uma pena, é injusto, é uma desgraça, é uma fatalidade, mas é o que é...)


terça-feira, outubro 15, 2013

A manifestação da CGTP: filhos e enteados...








A minha costela anarquista faz-me "desejar" a CGTP possa no próximo Sábado fazer a sua manifestação na Ponte 25 de Abril e no fundo demonstrar ao Governo, num regresso ás suas raízes insurreccionais, que se quiser bloqueia as entradas de Lisboa...é bom para o nosso lado, bloco político, que se perceba que ou existe a mesma paixão, decisão, convicção e vontade, ou não se merece o poder que se detém (porque não se está disponível para se atravessar a vida por um ideal), embora saiba Deus a necessidade que Portugal tem deste Governo, desta política e destes governantes (salvo a tibieza na estrutura identitária do centro-direita).

Mas, mesmo educado como fui a pensar que o Partido Comunista "é o único que se preocupa com a vida real das pessoas" como em 1998 dizia numa entrevista um Padre que muito estimo (o que não prejudica que seria trágico fossem eles a governar), não posso deixar de me questionar o que teria acontecido se fossemos nós, os promotores da Caminhada pela Vida (em cima imagens da mesma no passado dia 5 de Outubro) a propormos o mesmo itinerário e iniciativa...já tínhamos sido despachados pelo poder que era um mimo...mas é sempre assim, ele há filhos e enteados...

[Actualização a 16-Outubro] No braço de ferro entre a CGTP e o Governo aquela acabou por ceder. Mas o ponto está afirmado: aquilo é mesmo uma máquina política, coesa e bem organizada, e com capacidade de marcar agenda...assim fossem os nossos...!

sexta-feira, outubro 11, 2013

Na morte de D. Antonio Marcelino



Morreu o Senhor D. Antonio Marcelino. Já muitos se pronunciaram sobre ele, desde Pedro Santana Lopes (aqui) a muitos outros como se pode verificar na Ecclesia. Dele recordo sobretudo:

- o empenho na luta pela liberdade de educação não apenas em termos teóricos mas na rua com todas as movimentações cívicas que nos últimos anos afirmaram publicamente a urgência desta mãe de todas as reformas de que Portugal necessita
- a afirmação num encontro há muitos anos atrás de que "a maioria dos casamentos celebrados na Igreja são nulos"
- o apoio que sempre expressou ás iniciativas dos leigos no campo político, em particular na defesa da Vida e da Família e, por fim
- o "sem papas na língua" como abordava a questão da maçonaria e o posicionamento dos católicos em face a esta (veja-se aqui neste Blog)

Que o Senhor a Quem tanto e tão bem serviu, o acolha na Sua Misericórdia, e que em comunhão com Este nos continue a acompanhar, servos inúteis que somos, mas sempre em caminho para a mesma Glória a que estamos todos destinados!


O Presidente da República: acho tem graça e não ofende....




Recebido de um amigo (companheiro de Secção no PSD) por email:

"O Presidente de Portugal, Cavaco Silva, vai visitar um hospital Psiquiátrico e tem uma recepção eufórica por uma comissão de pacientes.
- Viva o Presidente de Portugal! Viva o Presidente de Portugal! - Gritavam eles entusiasmados.
Ao ver um dos elementos do grupo calado, um dos assessores abordou-o e perguntou:
- E você, por que é que não está a gritar "Viva o Presidente de Portugal"?
Responde o homem:
- Porque eu não sou maluco, sou o Médico!"


Lol...!






quarta-feira, outubro 09, 2013

Limitação de Mandatos: haja juízo senhores!




Hoje sinto-me um cidadão do município do Sátão (mapa acima). A razão está na notícia abaixo. Muito justamente um autarca estimado pelo seu povo driblou a lei de limitação dos mandatos e será o presidente da Junta de Ferreira de Aves em virtude da renúncia da sua mulher que encabeçava a respectiva lista.

Bem feita para quem cedendo a um populismo que um dia os poderá vitimar (dizia Lenine que a burguesia fabrica a corda com que se há-de enforcar...) embarcaram nesta coisa extraordinária da lei de limitação dos mandatos ou seja em passar esta mensagem: "Como se sabe tendencialmente nós os políticos somos corruptos. E então se nos apanhamos em mais de três mandatos numa autarquia será um ver se te avias...por isso não nos elejam mais do que isso"...brilhante!

Porque me oponho a essa lei? Porque:
- ao longo da minha vida política tenho conhecido esse mundo dos autarcas e encontrado gente extraordinária, devotada ao seu povo e com obra feita e útil, sufragada nas urnas
- o poder local é o maior mecanismo de participação política democrática em Portugal. Ao longo destes quase 40 anos foram ás centenas de milhar os cidadãos que participaram nos órgãos autárquicos
- se houver casos de corrupção ou outras malfeitorias então para isso há os tribunais comuns
- quem pode tirar um político do seu lugar é o povo que o elege ou não
- se um autarca serve bem o seu povo deve poder fazê-lo tanto tempo quanto ele esteja capaz e decidido a fazê-lo

Congratule-mo-nos pois com Ferreira de Aves! E um dia quando houver juízo revoguemos a lei de limitação de mandatos...



Autarca de Sátão contorna lei de limitação de mandatos
Editado por Liliana Carona
Inserido em 08-10-2013 13:33
Maior parte da população está do lado de José Luís Vaz, que volta à presidência da Junta de Ferreira de Aves para um quarto mandato. Mais de uma semana depois das eleições, as autárquicas ainda dão que falar.

O presidente de Junta de Freguesia de Ferreira de Aves, concelho de Satão, distrito de Viseu, contornou a lei sobre a limitação de mandatos, candidatando a mulher, que abdicou a favor do marido.

Se é fraude ou não, a decisão cabe aos tribunais, mas a maioria da população de Ferreira de Aves está do lado do presidente da Junta, José Luís Vaz. O autarca atingiu o limite de mandatos e concorreu, por isso, como número dois da lista.

As pessoas não entendem a razão da polémica e garantem que sabiam bem em quem estavam a votar quando foram às urnas.

Em Ferreira de Aves, já não há cartazes da campanha, mas por ali todos recordam que quem aparecia nas fotografias não era a advogada Maria Virgínia Figueiredo, número 1 da lista do PSD, mas sim o marido, José Luís.

"Eu sou do PS e votei nele, não tem nada a ver. É boa pessoa, um bom presidente, sabíamos que era ele. Se ele não puder, fica ela", diz à Renascença Isabel Cardoso, de 55 anos.

“Não votaria numa pessoa de quem não gosto. Eu faria o mesmo que ele, porque as pessoas gostam dele", acrescenta.

Francisco Ervete, 66 anos, é peremptório: "Se o povo o lá meteu, é porque está bem, é porque está satisfeito com ele, tem feito bom trabalho". A mesma opinião tem Amândio Chaves, de 60 anos.

Sem querer prestar declarações sobre o assunto, José Luís Vaz diz apenas que aguarda tranquilo pela tomada de posse: "Houve a votação, saiu o resultado, estou tranquilo como sempre estive."

O PSD venceu as eleições autárquicas em Ferreira de Aves com 72,23% dos votos. O PS conseguiu apenas 20,88%, numa freguesia com cerca de 2500 habitantes.









PSD e Famílias Numerosas: um passo



Num país em que as famílias são cada vez mais mal tratadas e a natalidade um problema dramático e real as propostas do PSD para as famílias numerosas (não sei se os números ainda estão certos, mas estas aqui há uns anos representavam 7% do total dos agregados familiares mas pertenciam-lhes 25% do "stock" das crianças portuguesas) não podem deixar de ser acolhidas senão com aplauso e oxalá correspondam a uma volta no centro-direita no sentido de começar a responder aos desafios do país (além dos económicos) e regressar á sua identidade política, social, ideológica.

Por outro lado está de parabéns a Associação Portuguesa das Famílias Numerosas que ao longo dos anos tem sido de facto o grande sindicato das famílias portuguesas (numerosas ou não) e há muito vem fazendo estas e outras propostas. Que valem para as numerosas (três ou mais filhos é o patamar) e, em parte, para as outras também (vide a campanha Um Filho Vale Um!). Vale por isso a pena ler este comunicado da APFN.

Declaração de interesses: tenho quatro filhos, o que não sendo nada de especial, pelo menos sempre é um contributo para combater o inverno demográfico e aumentar no futuro as contribuições para a segurança social...e uma causa de felicidade para a nossa vida familiar...! ;-)

domingo, outubro 06, 2013

Extraordinária carta de Sinead O'Connor a Miley Cyrus!




Numa demonstração inequívoca de como a verdade que está no coração humano só espera um momento da liberdade para se mostrar em todo o seu esplendor. O que só pode acontecer no embate com a realidade.
E também como independentemente dos trajectos mais simples ou complicados, mais delicados ou brutos, mais claros ou escondidos, mais ou menos chocantes, o coração do homem é sempre este complexo de desejos: verdade, beleza, bondade, bem, etc.
Vejam esta maravilhosa carta da Sinead O'Connor à Miley Cyrus que está nitidamente numa rota de desbragamento, autodestruição e fraca autoestima, de que são emblemáticos os momentos mais recentes na gala da MTV e depois no seu vídeo "Wrecking Ball" (ou mais recentemente no disparate das declarações sobre as drogas que prefere) que se aproxima vertiginosamente dos 196 milhões de visualizações em apenas um mês...
Infelizmente indo ao Twitter de Miley Cyrus percebe-se esta não está sequer em estado, situação, de compreender o que Sinead lhe escreveu, pois a sua "resposta" (ou das pessoas á sua volta que a exploram, enganam e vivem á custa?) foi a publicação do célebre momento em que a cantora irlandesa rasgou uma fotografia do Papa João Paulo II...ou seja, a "resposta" foi (supondo tenha sido dela...?): "Não percebi o que tu me disseste ou não estou interessada em saber, e em vez de me confrontar com o que me dizes, prefiro desqualificar-te e fazer de engraçadinha...". Que pena!
Porque hoje é Domingo (tempo mais distendido e disponibilidade para ouvir os clássicos) e para que se perceba que vídeo refere Miley Cyrus como a tendo inspirado a fazer o "Wrecking Ball", aqui fica o memorável "Nothing compares 2U"...que música inspirada e romântica, meu Deus!




 
 
Nota: neste meu computador não consigo ouvir o youtube pois está sem som (todos os filmes), que eu não desliguei...alguém me ajuda por favor a resolver isto? Obrigado! (receio tenha a ver com o quicktime ou o itunes...?)

sábado, outubro 05, 2013

Caminhada pela Vida Lisboa 2013: imagens que valem mil palavras





Do que foi esta grande jornada pela Vida e pela Família melhor do que palavras falam as imagens acima. E também as que a TVI 24 publicou ou as que o Pedro Aguiar Pinto colocou no Blog Povo. Ou então o filme que a Renascença pôs online.

quinta-feira, outubro 03, 2013

Berlusconi e o "teatro" político italiano: questões sérias em cima do palco



É verdade que poucos políticos neste século (e já desde o anterior) darão tanto o flanco pela sua confusa vida pessoal (para não me alargar sobre a matéria...), a sua complexa vida empresarial e a sua complicada vida política, como Sílvio Berlusconi...e é verdade também os italianos são, em tudo, muito teatrais, e na política daquela grande nação, com facilidade se passa do drama á comédia, da ópera é opereta. Mas nem um facto nem o outro cancelam o facto de que do que se trata é de assuntos sérios, desafios verdadeiros, conflitos vitais.

Infelizmente os aspectos teatrais acima referidos e a distância que nos separa do contexto político e cultural italiano acabam por dificultar muito a compreensão do que se está a passar naquele grande país...se a isso juntarmos o descuido jornalístico, a preguiça na investigação e a preferência dada ao entretenimento, temos então um caldo que torna completamente incompreensível aos portugueses, àqueles que se interessam por política e aos que amam a Itália, o que se está a passar. Por isso vale a pena:

- saber das razões de Berlusconi para ter tentado provocar a queda do governo de Enrico Letta
- perceber que tentar distinguir a questão judicial da questão política é um esforço vão e perigoso  naquele país e em especial no que a Sílvio Berlusconi respeita
- dar-se conta do que está na origem do recuo de Berlusconi e dos promissores desenvolvimentos que esse facto (a mudança dos equilíbrios no Pdl) que o origina (ao recuo) pode trazer
- e, já agora, ouvir e ver o próprio Sílvio Berlusconi no debate de ontem

Feito isso então sim, se pode ajuizar o que se passou, para além das generalidades e das generalizações. E, curiosamente, muito a aprender que seria muito útil acontecesse também na política portuguesa e no centro-direita em especial.

terça-feira, outubro 01, 2013

Da intolerância do lobby gay: um exemplo


Já uma vez no Prós e Contras sobre o casamento gay alertei para o facto da intolerância do lobby gay ser hoje em dia, na Europa ou no mundo ocidental em geral, uma ameaça maior á liberdade. Na verdade uma coisa é bater-se pelo direito a viver a própria vida como se entende e outra é atacar quem sobre a vida não tenha a mesma visão. Na verdade quer tem direito a firma Barilla a dizer "para nós a família é assim" como o lobby gay em dizer "nesse caso não vamos consumir o vosso produto". Já totalmente diferente é partir daí para acusações de homofobia...Tenho recebido ás dezenas notícias abaixo (quem quiser ir seguindo o assunto tem aqui um bom site não apenas a esse propósito). Fica este "exemplo":

Pasta firm Barilla boycotted over 'classic family' remarks


Chairman Guido Barilla causes outrage in Italy after saying he would not consider using a gay family to advertise his products

Barilla

Guido Barilla is accused by Aurelio Mancuso, chairman of Equality Italia, of being deliberately provocative. Photograph: Frank Augsteinb/AP

Gay rights activists in Italy have launched a boycott of the world's leading pasta maker after its chairman said he would only portray the "classic family" in his advertisements and, if people objected to that, they should feel free to eat a different kind of pasta.
Guido Barilla, who controls the fourth-generation Barilla Group family business with his two brothers, sparked outrage among activists, consumers and some politicians when he said he would not consider using a gay family to advertise Barilla pasta.
"For us the concept of the sacred family remains one of the basic values of the company," he told Italian radio on Wednesday evening. "I would not do it but not out of a lack of respect for homosexuals who have the right to do what they want without bothering others … [but] I don't see things like they do and I think the family that we speak to is a classic family."
Asked what effect he thought his attitude would have on gay consumers of pasta, Barilla said: "Well, if they like our pasta and our message they will eat it; if they don't like it and they don't like what we say they will … eat another."
In response, Aurelio Mancuso, chairman of Equality Italia, accused Barilla of being deliberately provocative. "Accepting the invitation of Barilla's owner to not eat his pasta, we are launching a boycott campaign against all his products," he added.
Within hours, the hashtag 'boicotta-barilla' was trending on Twitter. The Barilla chairman issued a statement saying that he was sorry if his remarks had caused offence and that he had only been trying to draw attention to the "central role" played by women within the family.
"I apologise if my words generated misunderstandings or arguments, or if they offended the sensibilities of some people," he said.
The interview started by asking Barilla what he thought of an appeal made on Tuesday by the speaker of the lower house of parliament, Laura Boldrini, to change the often stereotypical image of women in Italian advertisements.
"There are some adverts … which, when I see them, I think, 'but would this advert be broadcast in other countries? In the United Kingdom would this advert be broadcast?" said Boldrini. "And the answer is certainly not. An advert in which the children and father are all sitting down and the mother is serving at the table cannot be accepted as normal."
Barilla responded by saying Boldrini did not understand the advertising world and women were fundamental to adverts.
He went on to discuss gay rights, saying that he "respected everyone" and was in favour of gay marriage, but against gay adoption.
The remarks provoked anger among many of the politicians who are trying to pass legislation against homophobic crimes.
The country, on whose politics the Catholic church has long exerted a conservative influence, lags behind many other European countries on gay rights. Far from moving towards the legalisation of gay marriage, Italy still does not recognise same-sex civil unions.
Alessandro Zen, an MP for the opposition Left Ecology Freedom party, said: "Here is another example of Italian homophobia. I am taking part in the [Barilla] boycott and invite other MPs – at least those who are not resigning – to do the same."

segunda-feira, setembro 30, 2013

O resultado das eleições autárquicas 2013


Análises mais gerais e também mais detalhadas dos resultados das eleições autárquicas são um trabalho indispensável para os próximos tempos, a desenvolver por quem, protagonistas e movimentos, pretenda alargar e consolidar a sua presença na política portuguesa. Mas entretanto algumas notas se podem desde já alinhavar:

1. O sucesso das candidaturas independentes ou quando tal ocorreu os efeitos que tiveram nas candidaturas concorrentes, impedindo umas de ganhar e outras de perder, vem chamar a atenção para o erro fatal os principais partidos cometeram, ao ignorar a vontade do seu eleitorado e impor candidatos a partir das estruturas dirigentes. Neste ponto se comprovou que as primárias nos partidos (eleições internas de escolha de candidatos) são não apenas uma ideia boa, teoricamente correspondente a um sistema político mais democrático, mas uma necessidade premente se os partidos querem apresentar soluções que correspondam aos anseios do seu eleitorado.

2. Se somarmos os votos em candidaturas próprias do PPD/PSD e do CDS-PP, ás das coligações que fizeram (geralmente com o MPT e/ou o PPM), aos votos muito marginais de outros pequenos partidos (como o PPV ou o PND) e ainda os votos nas candidaturas independentes saídas da área política respectiva, constatamos que o centro-direita teve mais votos do que o Partido Socialista. Isto é, está por provar que não exista a adesão do eleitorado deste bloco político, ao Governo e aos partidos que o apoiam...!

3. A fidelidade do núcleo duro dos votantes do centro-direita ás candidaturas dos partidos da coligação de Governo, deve ser estimada e correspondida por quem tem a responsabilidade da governação. Isto é, não se distinguindo os votantes do PS dos do centro-direita, no descontentamento com os efeitos das políticas de austeridade, o que pode continuar a agarrar esse eleitorado fiel é a assunção serena e inteligente pelos partidos do Governo daquela identidade em torno da valorização da dignidade humana, da subsidiariedade, e da estima pela liberdade, que é o "osso" da presença social da maioria sociológica "de direita".

4. No poder local é local o critério predominante de escolha do voto. São ás centenas os exemplos da mais humilde freguesia ao mais espampanante município. O critério proposto pelos Bispos portugueses (o discernimento de qual na convicção de cada um é o mais apto a governar a circunscrição) é de facto o critério do bem comum e do eleitorado em geral.

5. Com a derrota em termos estritamente autárquicos (mandatos, governos municipais ou de freguesia) do PSD há um efeito colateral positivo de um facto indesejado. Muita gente que está no PPD/PSD por virtude da "alimentação" recebida da detenção e uso do poder, perdeu a sua base de apoio e vai fatalmente afastar-se da vida partidária quotidiana (voltando inevitavelmente á tona, quando o poder regressar, já se sabe...). Mas, por ora, vai haver mais tempo e espaço para fazer política, estimar o bem comum, dar protagonismo aos que na política estão de uma forma autêntica. E isso é bom.

6. Se o centro-direita for capaz nas Europeias já para o ano de se apresentar com um programa coerente e que diga respeito á vida real das pessoas, que nas suas listas retome e proponha o país real que se revê no espaço do centro-direita, pode ser se vejam já os bons efeitos da depuração que os resultados das autárquicas trouxeram ás suas fileiras. A ver, vamos...

sexta-feira, setembro 27, 2013

Blue Jasmine, Bernard Madoff e um grande filme de Woody Allen

 
 
 
Fui ver ontem este filme extraordinário de Woody Allen (dizia a minha mulher que o melhor dele de sempre...?) com uma interpretação fora de série da Cate Blanchett que, se dependesse de mim, recebia já antecipadamente o competente Óscar.
 
A história que é contada faz referência ao caso real de Bernard Madoff, a quem já fiz referência neste blog, responsável pelo maior Ponzi scheme da história dos Estados Unidos, uma dramática consequência da pirataria financeira, da ganância dos ricos da América, da sempre repetida e incompreensível falha da regulação dos mercados financeiros e da respectiva fiscalização e também do deslumbramento do mundo dos multimilionários (alguns dos quais ficaram sem nada em consequência desta fraude!). Um caso impressionante sobre o qual tenho lido muito o que também ajuda a compreender o meu entusiasmo pelo filme.
 
A personagem de Cate Blanchett retoma assim a figura real de Ruth Madoff e o que mais toca é o que acontece, significa, provoca, descer dos mais altos patamares da high-society americana, para uma situação de perseguida pelos media, pela opinião pública, pelos prejudicados pela fraude e o contraste entre o mundo dos ricos e o meio de onde se provinha na origem. Para não falar da destruição familiar que um caso como estes traz consigo. Mas ao mesmo tempo é isso que torna o personagem fascinante. Recomendo vivamente!

terça-feira, setembro 24, 2013

O Ministro Crato e o inglês obrigatório ou não



Confesso que estou um pouco baralhado com a questão do inglês obrigatório onde ao que parece, lendo os jornais, o Governo anda para a trás e para a frente...mas uma coisa é clara: o drama de que o inglês seja ou não obrigatório, por imperativo do Ministério da Educação, demonstra, em acto, qual o problema de não existir liberdade de escolha na educação.

Na verdade, se os pais pudessem optar livremente pela escola dos seus filhos (como a Constituição obriga, não me cansarei de o lembrar) e as escolas tivessem autonomia para definir e propor os seus projectos educativos, a questão do inglês (de os alunos o aprenderem) era muito simples: aquelas famílias para quem isso seja fundamental (número do qual não me excluo) podiaminscrever os seus filhos em escolas que o oferecessem, iniciar escolas onde este existisse, e as mesmas oferecê-lo livremente.

Ao contrário, na situação presente, só há uma forma de os pais que o pretendem, o obterem. Ou seja exigirem que uma autoridade central, nas escolas que lhe pertencem (80% do sistema) o imponha autoritariamente sem consideração pelas possibilidades reais das escolas, ou dos pais que o dispensariam (por as suas prioridades, legitimamente, serem outras). E daí as discussões políticas, os embaraços do Ministro da Educação, os "confrontos" civis no assunto, o desnorte dos professores desta disciplina...está claro, o conceito?


sexta-feira, setembro 20, 2013

Sobre a entrevista do Papa: excelente artigo do George Weigel

Com a devida vénia ao Blog Logos de onde o retirei:

On Pope Francis's interview: The Christ-Centered Pope - by George Weigel

In EPPC 
Perhaps the most revealing detail in Pope Francis’s lengthy interview, conducted by the Italian Jesuit Antonio Spadaro and published yesterday in English translation in the Jesuit journal America, is the pontiff’s reflection on one of his favorite Roman walks, prior to his election:
When I had to come to to Rome, I always stayed in [the neighborhood of the] Via della Scrofa. From there I often visited the Church of St. Louis of France, and I went there to contemplate the painting of “The Calling of St. Matthew” by Caravaggio. That finger of Jesus, pointing at Matthew. That’s me. I feel like him. Like Matthew. . . . This is me, a sinner on whom the Lord has turned his gaze.
The Calling of St. Matthew is an extraordinary painting in many ways, including Caravaggio’s signature use of light and darkness to heighten the spiritual tension of a scene. In this case, though, the chiaroscuro setting is further intensified by a profoundly theological artistic device: The finger of Jesus, pointing at Matthew, seems deliberately to invoke the finger of God as rendered by Michelangelo on the Sistine Chapel ceiling. Thus Caravaggio, in depicting the summons of the tax collector, unites creation and redemption, God the Father and the incarnate Son, personal call and apostolic mission.
 
That is who Jorge Mario Bergoglio is: a radically converted Christian disciple who has felt the mercy of God in his own life and who describes himself, without intending any dramatic effect, as “a sinner whom the Lord has looked upon.” Having heard the call to conversion and responded to it, Bergoglio wants to facilitate others’ hearing of that call, which never ceases to come from God through Christ and the Church.
 
And that, Bergoglio insists, is what the Church is for: The Church is for evangelization and conversion. Those who have found the new pope’s criticism of a “self-referential Church” puzzling, and those who will find something shockingly new in his critical comments, in his recent interview, about a Church reduced “to a nest protecting our mediocrity,” haven’t been paying sufficient attention. Six years ago, when the Catholic bishops of Latin America and the Caribbean met at the Brazilian shrine of Aparecida to consider the future, the archbishop of Buenos Aires, Bergoglio, was one of the principal intellectual architects of the bishops’ call to put evangelization at the center of Catholic life, and to put Jesus Christ at the center of evangelization. The Latin American Church, long used to being “kept,” once by legal establishment and then by cultural tradition, had to rediscover missionary zeal by rediscovering the Lord Jesus Christ. And so the Latin American bishops, led by Bergoglio, made in their final report a dramatic proposal that amounted to a stinging challenge to decades, if not centuries, of ecclesiastical complacency:
The Church is called to a deep and profound rethinking of its mission. . . . It cannot retreat in response to those who see only confusion, dangers, and threats. . . . What is required is confirming, renewing, and revitalizing the newness of the Gospel . . . out of a personal and community encounter with Jesus Christ that raises up disciples and missionaries. . . .
A Catholic faith reduced to mere baggage, to a collection of rules and prohibitions, to fragmented devotional practices, to selective and partial adherence to the truths of faith, to occasional participation in some sacraments, to the repetition of doctrinal principles, to bland or nervous moralizing, that does not convert the life of the baptized would not withstand the trials of time. . . . We must all start again from Christ, recognizing [with Pope Benedict XVI] that “being Christian is . . . the encounter with an event, a person, which gives life a new horizon and a decisive direction.”
The 21st-century proclamation of Christ must take place in a deeply wounded and not infrequently hostile world. In another revealing personal note, Francis spoke of his fondness for Marc Chagall’s White Crucifixion, one of the most striking religious paintings of the 20th century. Chagall’s Jesus is unmistakably Jewish, the traditional blue and white tallis or prayer-shawl replacing the loincloth on the Crucified One. But Chagall’s Christ is also a very contemporary figure, for around the Cross swirl the death-dealing political madnesses and hatreds of the 20th century. And so the pope’s regard for Chagall’s work is of a piece with his description of the Catholic Church of the 21st century as a kind of field hospital on a battlefield strewn with the human wreckage caused by false ideas of the human person and false claims of what makes for happiness. Thus Francis in his interview on the nature of the Church:
I see clearly that the thing the Church needs most today is the ability to heal wounds and to warm the hearts of the faithful; it needs nearness, proximity. I see the Church as a field hospital after battle. It is useless to ask a seriously injured person if he has high cholesterol and about the level of his blood sugars! You have to heal his wounds. Then we can talk about everything else. Heal the wounds, heal the wounds.
And how are the wounds of late-modern and postmodern humanity to be healed? Through an encounter with Jesus Christ, the Son of the living God. “The most important thing, “ Francis insisted in his interview, “is the first proclamation: Jesus Christ has saved you.” The Church of the 21st century must offer Jesus Christ as the answer to the question that is every human life (as John Paul II liked to put it). The moral law is important, and there should be no doubt that Francis believes and professes all that the Catholic Church believes and professes to be true about the moral life, the life that leads to happiness and beatitude. But he also understands that men and women are far more likely to embrace those moral truths — about the inalienable right to life from conception until natural death; about human sexuality and how it should be lived — when they have first embraced Jesus Christ as Lord. That, it seems to me, is what the pope was saying when he told Antonio Spadaro that “proclamation in a missionary style focuses on the essentials, on the necessary things.” These are what make “the heart burn: as it did for the disciples at Emmaus. . . . The proposal of the Gospel must be more simple, profound, radiant. It is from this proposition that the moral consequences then flow.”
 
Francis underscores that “the teaching of the Church is clear” on issues like abortion, euthanasia, the nature of marriage, and chastity and that he is “a son of the Church” who accepts those teachings as true. But he also knows that “when we speak about these issues, we have to talk about them in a context.” That “context” is Jesus Christ and his revelation of the truth about the human person. For as the Second Vatican Council taught inGaudium et Spes, its Pastoral Constitution on the Church in the Modern World, “It is only in the mystery of the Word made flesh that the mystery of man truly comes clear. For Adam, the first man, was the type of him who was to come. Christ the Lord, Christ the new Adam, in the very revelation of the mystery of the Father and of his love, fully reveals man to himself and brings to light his most high calling.”
 
Thus Pope Francis, the pastor who is urging a new pastoral style on his fellow bishops and fellow priests, insists that every time the Church says “no,” it does so on the basis of a higher and more compelling “yes”: yes to the dignity and value of every human life, which the Church affirms because it has embraced Jesus as Lord and proclaims him to a world increasingly tempted to measure human beings by their utility rather than their dignity.
 
Francis’s radical Christocentricity — his insistence that everything in the Church begins with Jesus Christ and must lead men and women to Jesus Christ — also sheds light on his statement that there is a hierarchy of truths in Catholicism or, as he put it, that “the dogmatic and moral teachings of the Church are not all equivalent.” That does not mean, of course, that some of those those teachings are not really, well, true; but it does mean that some truths help us make sense of other truths. The Second Vatican Council reclaimed this notion of a “hierarchy of truths” in Unitatis Redintegratio, its Decree on Ecumenism, and it’s an important idea, the pope understands, for the Church’s evangelical mission.
 
If you don’t believe in Jesus Christ as Lord — if you’ve never heard the Gospel — then you aren’t going to be very interested in what the Catholic Church has to say in Jesus’s name about what makes for human happiness and what makes for decadence and unhappiness; indeed, you’re quite likely to be hostile to what the Church says about how we ought to live. By redirecting the Church’s attention and pastoral action to the Church’s most basic responsibility — the proclamation of the Gospel and the invitation to friendship with Jesus Christ — Pope Francis is underscoring that a very badly disoriented 21st century will be more likely to pay attention to evangelists than to scolds: “We need to proclaim the Gospel on every street corner, preaching the good news of the kingdom and healing, even with our preaching, every kind of disease and wound. . . . The proclamation of the saving love of God comes before moral and religious imperatives.” The Church says “yes” before the Church says “no,” and there isn’t any “no” the Church pronounces that isn’t ultimately a reflection of the Church’s “yes” to Jesus Christ, to the Gospel, and to what Christ and the Gospel affirm about human dignity.
 
It’s going to take some time for both the Church and the world to grow accustomed to an evangelical papacy with distinctive priorities. Those who imagine the Catholic Church as an essentially political agency in which “policy” can change the way it changes when a new governor moves into an American statehouse will continue — as they did within minutes of the release of the America interview — to misrepresent Pope Francis as an advocate of doctrinal and moral change, of the sort that would be approved by the editorial board of the New York Times. This is nonsense. Perhaps more urgently, it is a distraction.
 
Jorge Mario Bergoglio is determined to redirect the Church’s attention, and the world’s attention, to Jesus Christ. In this, his papacy will be in continuity with those of John Paul II and Benedict XVI. Pope Francis is going to be radically Christ-centered in his own way, though, and some may find that way jarring. Those willing to take him in full, however, rather than excising 17 words from a 12,000-word interview, will find the context in which those 17 words make classic Catholic sense. “We cannot insist only on issues related to abortion, gay marriage, and the use of contraceptive methods,” the pope told his interviewer. Why? Because it is by insisting on conversion to Jesus Christ, on lifelong deepening of the believer’s friendship with him, and on the Church’s ministry as an instrument of the divine mercy that the Church will help others make sense of its teaching on those matters — with which the New York Times, not the Catholic Church, is obsessed — and will begin to transform a deeply wounded culture.
 

O Papa Francisco e o aborto: "Papa diz que defesa da vida “é uma verdadeira prioridade do magistério”"


Também sobre este encontro, vale a pena ler isto.


Papa diz que defesa da vida “é uma verdadeira prioridade do magistério”
Inserido em 20-09-2013 12:20
 
Francisco considera que o paradoxo dos tempos modernos é que as pessoas estão a reivindicar novos direitos, mas ninguém salvaguarda o mais importante de todos: o direito à vida.
 
O Papa referiu-se esta sexta-feira em termos muito claros ao drama do aborto e ao direito à vida, deixando muito claro que a protecção da vida é “uma verdadeira prioridade do magistério, particularmente no caso da vida indefesa, isto é, os deficientes, os doentes, os nascituros, as crianças, os idosos".

Numa audiência uma delegação de médicos católicos, Francisco foi mais longe e disse que as crianças que são “condenadas ao aborto” têm “o rosto do Senhor”, tal como os idosos cujo direito à vida não é respeitado.

Falou ainda da maternidade como “missão fundamental da mulher”, em todo o mundo, lamentando que seja nos países mais ricos que “muitas vezes a maternidade não é adequadamente considerada e promovida”.

As suas palavras surgem no dia seguinte à publicação de uma entrevista a um conjunto de revistas jesuítas, na qual afirmou que a Igreja não pode falar apenas de temas como o aborto, casamento homossexual ou contracepção.

Na audiência, o Papa sublinhou a importância do direito à vida, que não é matéria de fé, mas de ciência. "Radica na razão. Nenhuma vida é mais sagrada, mais importante que outra”, afirmou Francisco.

A mensagem é particularmente importante numa altura em que tudo aparenta ter um preço. “As coisas têm preço, podem ser vendidas, mas não as pessoas, elas não têm preço”.

O paradoxo dos tempos modernos, considera o Papa, é que as pessoas estão a reivindicar novos direitos, mas ninguém salvaguarda o mais importante de todos: o direito à vida.

[Notícia actualizada às 12h37]


Ainda a entrevista do Papa Francisco





A entrevista do Papa Francisco ás revistas dos Jesuítas já está em português.

Sobre isso vale também a pena ler: o que se publicou hoje na Aciprensa e pela alegria que dá ver um jornal diário a retomar palavras essenciais do anúncio cristão (como, por exemplo “Deus está presente na vida de todas as pessoas, mesmo se essa vida tiver sido destruída por maus hábitos, por drogas ou seja o que for”) a notícia sobre a entrevista que saiu no Público, aqui. Apesar do erro de citação da entrevista...o Público "transcreve": "Sabemos qual é a opinião da Igreja e eu sou um filho da Igreja, mas não é preciso continuar a falar disto"...mas na entrevista está: "(...) mas não é necessário falar disso continuamente»."...enfim...! ;-)

A entrevista do Papa Francisco



Estou de partida para um fim-de-semana fora e por isso sem tempo para grandes desenvolvimentos, mas o Papa Francisco deu uma entrevista belíssima à Civiltá Católica que também aparece publicada no Avvenire, jornal da Conferência Episcopal Italiana. Vale muito a pena ler.

No âmbito dessa entrevista fala também do assunto do anúncio cristão e da relação deste com as chamadas questões fracturantes (aborto, casamento gay, etc.). Basicamente e nos termos da entrevista, reafirmando como não podia deixar de ser a sua filiação na Igreja, o que o Papa alerta é para a redução contemporânea do cristianismo a um moralismo, do anúncio cristão a uma proposta moral, que, isso não diz mas acrescento eu, é não apenas uma tentação eclesial como o resultado da pressão da mentalidade contemporânea que procurando ocultar o que a Igreja é, ou percebendo a resistência que encontra no facto cristão, tenta reduzi-la a isso.

Além disso e na mesma parte da entrevista e em termos muito bonitos o Papa fala da Misericórdia, da liberdade humana e do amor de Deus a cada um, independentemente da sua circunstância particular, da relação dos sacerdotes com as pessoas que lhe estão confiadas, da confissão e do pecado. A projecção que estas suas intervenções têm, a força do anúncio que faz, são de facto a confirmação daquilo que a propósito do seu pontificado, diz Bento XVI, ou seja, que se sente confortado em verificar a justeza da sua renúncia, a intervenção de Deus na Sua Igreja. Que bom é que finalmente a voz da Igreja seja escutada sem a oposição imediata de um preconceito pessoal ou institucional!

Tudo o resto, por parte da mentalidade dominante, dos seus meios de comunicação, é pó, tentativa de semear a confusão e sobretudo medo de se confrontar pessoalmente com a verdade do anúncio que temos para fazer ao mundo: Deus existe, ama-nos, e faz-se encontrar na pessoa física, real e viva, de Jesus, hoje, na Sua Igreja. Ou seja, com o mesmo anúncio que uma vez recebido por cada um, faz com que naquelas questões concretas, a nossa posição de cristãos seja a da valorização da Família, de defesa da Vida humana da concepção até á morte natural, de defesa do embrião humano (veja-se aqui o que disse o Papa Francisco num dos Angelus [e no qual anuncia também o dia da Evangelium Vitae no qual estiveram presentes portugueses dos movimentos cívicos a favor da Família e da Vida]), da afirmação que a família se baseia no casamento entre homem e mulher, etc.

Parto pois contente para o fim-de-semana! ;-)








quinta-feira, setembro 19, 2013

Gaiola Dourada: grande filme!



Fui ver o Gaiola Dourada com a família toda. Grande filme! O trailer pode ser visto aqui e é esta a página oficial do filme.

aqui falei sobre emigração e não sei se também sobre a mesma de origem portuguesa em França, uma realidade que por razões familiares se me tornou próxima e motivo de admiração, ternura e respeito. O filme retoma tudo isso: o empenho no trabalho, o sacrifício associado, a comunidade nascida desse movimento migratório, a saudade do país, seus costumes e tradição, os valores familiares, a graça do confronto de culturas, a origem que possamos dizer sem pestanejar que a 1ª cidade portuguesa é Lisboa, a 2ª é Paris e a 3ª é o Porto...;-)

O filme tem dinâmica (prende), cor, humanidade, é decente (o que é uma novidade nos dias que correm) e celebra a pertença à Pátria de uma forma inteligente, vivida e em alguns momentos, mesmo comovente. Recomendo vivamente!

Nota final: além disso o filme educa no olhar que devemos ter e viver na relação com os imigrantes que vivem entre nós e que nas suas escala, diferença e cultura específica, vivem esta mesma realidade. E o valor inestimável da dignidade humana e a constatação somos todos filhos do mesmo Deus e por isso irmãos entre nós.